60 anos do golpe militar: os metalúrgicos e a luta pela democracia
Neste 1º de abril, completam-se 60 anos do golpe militar, regime que reprimiu, torturou e matou os melhores homens e mulheres do nosso país. Sufocou sindicatos, promoveu intervenções e atacou os direitos dos trabalhadores.
Nosso Sindicato, que este ano completará 107 anos de luta, sempre foi um personagem ativo em defesa dos trabalhadores, da democracia e da soberania nacional. Não por acaso, nossa Casa foi palco de episódios históricos, um deles foi a conhecida Revolta dos Marinheiros, um dos estopins para o famigerado golpe.
A Revolta dos Marinheiros ocorreu entre os dias 25 a 27 de março de 1964, organizados pela Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil.
O aniversário de dois anos da Associação, no dia 25, foi comemorado no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro. Cerca de dois mil marinheiros estavam no local, quando o então ministro da Marinha, Sílvio Mota, ordenou a prisão dos 40 organizadores do evento, já que a entidade tinha como objetivo a luta pelos direitos dos marinheiros. Em reação, os marinheiros se recusaram a abandonar o local até o cumprimento de uma série de demandas.
O presidente João Goulart destituiu o ministro e nomeou Paulo Mário da Cunha Rodrigues, que assumiu as negociações. No dia 27, ele acertou a saída dos amotinados e declarou a anistia dos marujos. Era a vitória do movimento dos marinheiros.
Poucos dias depois, militares da alta patente, com o apoio dos EUA, deram o golpe, que durou 21 anos. Nosso Sindicato sofreu uma forte intervenção, com a cassação da diretoria eleita democraticamente. Mas isso não arrefeceu a luta dos metalúrgicos, que mesmo sofrendo forte repressão, continuaram na luta em defesa de seus direitos e pela democracia, finalmente conquistada em 1985.
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