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Alerj aprova Medalha Tiradentes para o Sindimetal-Rio

Foi aprovada nesta quarta-feira, dia 16, a Medalha Tiradentes para o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro pelos seus 100 anos de história. A iniciativa foi da deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB).

HISTÓRICO DO SINDIMETAL-RIO

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro foi fundado em 1º de maio de 1917. Nascido como União Geral dos Metalúrgicos, reorganizado posteriormente em 1932 como entidade sindical, o Sindimetal-Rio foi o primeiro sindicato operário metalúrgico criado no Brasil. Dois meses após sua fundação, a entidade aderiu a um grande movimento grevista liderado pela Federação Operária. A paralisação envolvia grande parte do proletariado industrial do então Distrito Federal em luta pela jornada de oito horas de trabalho e aumento salarial, entre outras conquistas.

A greve de 1917 foi resultado da constituição de organizações operárias de inspiração anarcosindicalista aliada à imprensa libertária. Esta mobilização operária foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil. O ano de 1917 também foi marcado pelo simbolismo da Revolução Russa para a classe operária mundial.

Desde então, o Sindicato tem sido a voz e o aglutinador dos metalúrgicos na luta em defesa dos seus direitos enquanto trabalhadores e cidadãos. Tem sido uma trajetória pontilhada por lutas e conquistas em prol dos operários metalúrgicos, dos trabalhadores em geral e pelo desenvolvimento do país.

Sua história se confunde com importantes batalhas dos trabalhadores na defesa dos direitos universais e por melhores condições de vida e trabalho. O Sindimetal-Rio participou ativamente das lutas em defesa da jornada de trabalho de oito horas diárias, as férias, a aposentadoria especial, o 13º salário, dentre outras tantas conquistas. Também se destacam as lutas em prol do desenvolvimento econômico e social do país, como as campanhas O Petróleo É Nosso (anos 1950).

Ainda na década de 1950, o trabalho desenvolvido no seio da categoria era bastante intenso, sustentado por diversas comissões de fábrica. Uma importante campanha empreendida foi a da construção do “Palácio dos Metalúrgicos”, custeada pela doação de um dia de trabalho dos metalúrgicos. A sede do Sindicato, na Rua Ana Néri, 152 (Benfica), é tombada pelo patrimônio histórico e foi local de eventos significativos para o país e a cidade. A sede, ainda hoje em funcionamento, foi inaugurada em 1º de maio de 1959.

A sede foi palco de visitas de presidentes da República como Juscelino Kubitschek, Jango e Lula, governadores de estado, ministros e personalidades. No dia 30 de julho de 1961, o Sindimetal recebeu o primeiro cosmonauta na história da humanidade, Yuri Gagarin, onde foi recebido pelos metalúrgicos, estudantes, cientistas, personalidades oficiais e não oficiais.

O Sindicato ainda em simbiose com a construção da história do país foi cenário da famosa assembleia dos marinheiros, às vésperas do golpe militar de 1964. Após o golpe, a entidade sofreu diversas intervenções, com a ocupação de militares na sede, onde funcionou um Inquérito Policial Militar (IPM) para a cassação de diversos trabalhadores metalúrgicos.

A sede do Sindicato também foi centro de recolhimento de doações para as vítimas da enchente que flagelou a cidade em 1966.

Apesar de toda repressão, os metalúrgicos ainda realizaram eleições para a direção nos anos de 1970 e 1980. Para isso se utilizaram de nomes desconhecidos, pois as lideranças tinham os nomes barrados pelo Ministério do Trabalho. Dentro deste clima, o Sindimetal-Rio liderou grandes campanhas e greves na categoria, buscando garantir aumentos salariais.

O período de redemocratização, a partir de 1985, foi um momento de embates em defesa do desenvolvimento econômico. O Sindicato participou ativamente da campanha pelas Diretas Já, depois pelo Fora Collor. Em 1998, o Sindicato recebeu um ato de unidade das forças da esquerda com a presença dos então candidatos à presidência Luís Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, quando ambos se comprometeram com o soerguimento do setor naval brasileiro.

Os anos neoliberais, a partir de Fernando Collor e depois com Fernando Henrique Cardoso, foram anos difíceis para os metalúrgicos. A quebradeira das empresas e o arrocho salarial atingiram diretamente os trabalhadores, podendo se caracterizar como um período de resistência dos metalúrgicos do Rio de Janeiro. Também jogou importante papel na recuperação do setor naval fluminense, sendo fundamental para a retomada do desenvolvimento regional e a geração de empregos. Atuou para unificar os trabalhadores do setor, junto com outros sindicatos, governo e empresários, aglutinando forças para reerguer essa indústria vital para o Rio de Janeiro e o Brasil. Por proposta dos trabalhadores foi criada a secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo, que foi o início desta reconstrução do setor naval no Rio de Janeiro.

Em 2006, o então ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, esteve na sede do Sindicato também com o comprometimento do setor naval e na defesa dos direitos trabalhistas por conta dos ataques a CLT. Em dezembro de 2007, o Sindicato foi um dos fundadores da Central do Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tendo como primeiro presidente estadual da entidade o metalúrgico Maurício Ramos, que havia presidido por dois mandatos o Sindimetal-Rio. Em 1º de junho de 2010, o Sindicato atuou para unificar a luta dos metalúrgicos em nível nacional com a fundação da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FitMetal), que ocorreu em São Paulo.

Em outubro de 2013, o Sindimetal recebeu, pela primeira vez no Brasil, o congresso da UISMetal (União Internacional de Sindicatos de Metalurgia e Mineração), ligada a Federação Sindical Mundial (FSM).

Em 2014, em (des)comemoração ao golpe, foi realizada uma audiência pública da Comissão da Verdade, que contou com depoimentos de ex-sindicalistas metalúrgicos, que relataram os anos de repressão. Muitos foram demitidos, presos e torturados.

No dia 31 de março de 2014, o Sindicato recebeu da Prefeitura do Rio de Janeiro a placa do Circuito da Liberdade. A iniciativa foi do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), que criou um roteiro de lugares importantes para preservar a identidade e a memória carioca no âmbito da luta pela democracia e pela liberdade no contexto do regime de opressão.

Nos últimos anos, a direção do Sindimetal-Rio passou por grandes mudanças, com a entrada de novos trabalhadores na categoria. Neste novo período do país, a categoria conseguiu fazer campanhas salariais vitoriosas, com aumento real para os metalúrgicos.

Com essa tradição de luta na defesa dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos caminha para o seu centenário, firme e ousado, consciente do seu papel e buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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