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Ato comemorativo dos 40 anos da greve de 1979 no Sindimetal-Rio

Nesta quinta-feira, dia 12 de setembro, o Sindimetal-Rio receberá o ato comemorativo dos 40 anos da greve de 1979, um momento histórico da categoria metalúrgico. A atividade terá início a partir das 18h, na sede do Sindicato (Rua Ana Neri, 152 – Benfica).

A greve

A greve dos metalúrgicos do Rio de Janeiro, em 1979, ficou marcada na história da categoria. De certa forma foi o ressurgimento político dos metalúrgicos. Foi a primeira grande paralisação depois de 15 anos em meio a uma brutal Ditadura Militar que, apesar de ainda vigorar, já perdia força, em um momento que os ventos da democracia começavam a soprar. Em 1977 e 1978, quase não houve mobilização.

Porém os metalúrgicos acumularam força para uma batalha ainda maior que viria em 1979. No começo do ano, uma grande campanha de sindicalização tomou conta da categoria. Forma sindicalizados de 6 a 7 mil novos trabalhadores nas fábricas. A greve aconteceu em um momento de forte efervescência do movimento sindical, que vinha sendo sufocado pela repressão dos militares. A alta inflação também corroia os salários.

Por todo o país, as greves por democracia e reajustes salariais tomavam grande proporção. Em São Bernardo (SP) os metalúrgicos liderados por Lula davam a demonstração de força da categoria. E os metalúrgicos do Rio não podiam ficar de fora. Nesta campanha salarial a categoria pedia 83% de aumento. No dia 12 de setembro, cerca de 20 mil metalúrgicos decidiram entrar em greve, recusando a proposta patronal de 71%. Já no dia seguinte, a adesão foi de 90% da categoria, o que surpreendeu até mesmo algumas lideranças sindicais. Neste mesmo dia um trabalhador chegou a ser preso de manhã e solto logo depois.

No dia 14, a paralisação foi total nas quase 5 mil indústrias existentes na área do grande Rio. O Tribunal Regional do Trabalho julgou a greve ilegal e concedeu um reajuste de 46%. A reunião entre empresários e trabalhadores foi adiada na tentativa de se chegar a um acordo, o que não ocorreu. Em assembleia, os metalúrgicos rejeitaram a proposta alternativa de 73% de aumento escalonado. No dia 16, cerca de quatro mil operários, em assembleia, rejeitam a proposta de 75% de aumento escalonado e decidem continuar a greve. No dia seguinte foram feitas diversas prisões nas portas das fábricas e os piquetes foram reprimidos. À noite, os metalúrgicos decidem suspender a greve e aceitar os 75%. Cerca de 45 funcionários foram demitidos durante a paralisação.

No dia 20 de setembro, o Sindimetal denunciou que os patrões quebraram o compromisso de não demitir e mais de150 trabalhadores forão dispensados. Entre erros e acertos, a greve de 1979 foi um marco dos metalúrgicos do Rio de Janeiro, que retomaram sua combatividade, organizando piquetes nas fábricas e se sindicalizando para fortalecer a luta da entidade. Foi um ano também de ascenso no movimento sindical em nível nacional, o que contribuiu para desmascarar o regime militar e precipitar sua queda. Neste ano, a ditadura começou a dar sinais de fraqueza e a fazer o que ficou conhecido como a abertura lenta e gradual.

Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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