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Desafios para as mulheres trabalhadoras em um cenário de crise

A cada mês de março que se aproxima, é natural que todas nós, mulheres trabalhadoras, façamos uma reflexão sobre as conquistas que obtivemos nos últimos anos, bem como uma análise sobre aquilo que podemos e devemos almejar, seja enquanto profissionais, mães, esposas, filhas e, sobretudo, como cidadãs de um país que, apesar de tantos avanços, ainda é profundamente desigual.

Essa reflexão se torna mais profunda em momentos como o atual, no qual o Brasil se vê diante de uma crise com características tão peculiares, com causas e efeitos diretamente ligados à economia, à política e à situação na qual o capitalismo se encontra em todo o planeta.

Em alguns momentos é natural que muitas de nós se vejam desanimadas diante de tantas dificuldades. Quem não conhece alguma amiga ou parente que tenha perdido o emprego nos últimos meses? Quem não se depara, em casa e no trabalho, com manifestações racistas, machistas, homofóbicas e sexistas? Quem não se revolta com a desigualdade salarial que ainda existe entre homens e mulheres?

Alguns números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos ao nível de desemprego em 2015, reforçam a necessidade de organização e conscientização por parte das mulheres trabalhadoras:

– Em janeiro do ano passado, havia 4,7% de homens desempregados no país e 6% de mulheres. Quando se analisa somente as mulheres negras ou pardas, o número chegava a 7%;

– Em novembro de 2015, havia 6,6% de homens desempregados no país e 8,6% de mulheres. Quando se analisa somente as mulheres negras ou pardas, o número chegava a 9,7%.

O mercado de trabalho no Brasil é um retrato fidedigno da soma de manifestações do machismo e do racismo de nossa sociedade. Muitos males históricos do país foram enfrentados com coragem ao longo dos últimos 13 anos, nos governos de Lula e Dilma, mas outros ainda estão distantes de serem combatidos com eficiência.

Um exemplo emblemático desse entrave está no estudo divulgado em novembro de 2015 pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a partir de levantamento feito em 46 países, no qual o Brasil ocupa a última posição no que diz respeito à diferença salarial entre homens e mulheres (aqui, a renda média de uma mulher com ensino superior no Brasil equivale a 62% da renda média do homem, segundo a pesquisa).

Esses são apenas alguns dos exemplos da complexidade e dos desafios que nós, mulheres trabalhadoras, enfrentamos no dia a dia. Neste 8 de março, é importante refletirmos sobre isso e nos organizarmos para que sejamos capazes de impedir quaisquer retrocessos que possam ganhar espaço em tempos de crise, além de nos capacitarmos para avançar cada vez mais, em busca de uma sociedade menos desigual.

Outro grande desafio esta no campo da política, já que está em curso no país uma tentativa golpista de impedir o governo da Presidenta Dilma, e nós trabalhadoras sabemos a importância deste governo democrático, com as politicas de inclusão e de valorização das mulheres.

Por isso, devemos nos somar às manifestações em defesa da democracia, assim como participar de nossas organizações (sindicatos, federações) levando nossas reivindicações e nos apresentando enquanto lideranças que podem contribuir e muito com a luta da classe trabalhadora!

A Fitmetal, agora uma Federação devidamente reconhecida e regularizada junto ao Ministério do Trabalho, se coloca na linha de frente dessa luta, ao lado das trabalhadoras metalúrgicas e de todas as demais categorias.

Viva o 8 de março!

Viva o Dia Internacional das Mulheres!

Andreia Diniz é secretária da Mulher Trabalhadora da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal).

Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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