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Encontro de igualdade social, raça, gênero e LGBT unifica as lutas classistas no Rio de Janeiro

As Secretarias de Promoção Igualdade Racial, Mulher Trabalhadora e Políticas Sociais da CTB Rio de Janeiro promoveram, no último sábado (22), o 2º Encontro de Igualdade Social, Raça, Gênero e LGBT da CTB-RJ. A atividade prepara para o encontro nacional de mesmo tema e ocorreu no auditório do Sindsprev, na Lapa, reunindo dezenas de lideranças sindicais. O Presidente da CTB-RJ, Ronaldo Leite, avaliou o encontro como “de fundamental importância” e disse:

“Nós, enquanto uma central sindical classista, temos que debater a fundo as questões de gênero, raça e LGBT para resistir à ofensiva conservadora imposta pela agenda reacionária do governo golpista. Esse encontro ocorre nesse sentido, como sendo, além de um importante espaço de formação para a militância classista, um espaço para unificação e organização de nossas lutas. Debater esses temas de forma integrada é fundamental para fortalecer a resistência democrática contra o golpe e contra a retirada de direitos”.

Mônica Custódio, Secretária Nacional de Promoção à Igualdade Racial da CTB, uma das secretarias que promove o encontro, fez uma fala sobre a questão da igualdade racial e afirmou que:

“A importância desse encontro se dá na direção contrária que o atual governo, que nós entendemos que não tem legitimidade, está indo. A ideia é fazer uma ação contrária e tirar de nós alguns avanços que conseguimos ter nos últimos anos até porque tudo que conquistamos foi no sentido de reparação. Reparação da população jovem, negra, idosa, mulher, LGBT, porque nosso país, infelizmente, com 350 anos de sistema escravagista não podia ter consequência diferente do que tem tido. Nesse sentido, os últimos 14 anos conseguiram equilibrar um pouco mais as questões de inclusão, e não podemos voltar a ter aquele sentimento, como diz o ex-Presidente Lula, de vira-lata. Então, esse encontro é para trazer formação para nossa base e fortalecer a luta para evitar esse tipo de retrocesso”.

Diversas lideranças sindicais estiveram presentes na atividade. O Presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro lembrou da importância de se debater o momento político que vivemos onde “o governo golpista vem tentando retroceder em todas as conquistas dos últimos anos”. Jesus Cardoso, Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro afirmou que o momento é de avanço do racismo e do machismo e usou o resultado das eleições municipais para ilustrar tal fato, denunciando que “em todas as capitais brasileiras, nenhum prefeito negro foi eleito” e afirmando que “precisamos de unidade para enfrentar essa realidade: os negros, as mulheres, os LGBTs são a base que mais sofre ataques do governo golpista e por isso esse encontro tem que nos unir para resistirmos aos retrocessos em curso”.

O Secretário de Políticas Sociais da CTB-RJ, José Carlos Madureira frisou o momento em que o encontro acontece, a disputa eleitoral do município do Rio de Janeiro e a movimentação das forças golpistas e conservadoras contra os direitos da classe trabalhadora. Nas palavras de Madureira:

“Essa atividade acontece exatamente na reta final do segundo turno das eleições aonde a sociedade está polarizada. De um lado você tem uma candidatura que defende a restrição de direitos, e outra que defende a ampliação de direitos. Ao mesmo tempo, o Governo Federal cada vez mais anuncia que seu movimento é de restrição democrática e de restrição de direitos. O encontro acontece nesse momento e prepara nossa militância para enfrentar esse quadro que se apresenta no Brasil e no Rio de Janeiro. ”

A Secretária Nacional de Formação e Cultura da CTB, Celina Arêas, presente ao encontro ressaltou que o Rio de Janeiro foi o primeiro estado a realizar esse importante encontro e lembrou que o Rio de Janeiro será sede do encontro nacional de mesmo tema entre os dias 18 e 20 de novembro. Avaliando a importância da atividade estadual, Celina afirmou que “esse encontro é importante, pois queremos debater de forma aprofundada essas questões pois a CTB foi criada com essa finalidade, de ser contra qualquer forma de discriminação e para que os negros, as mulheres e os jovens possam ter seu lugar na nossa Central”.

Representando a União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), Claudia Vitalino defendeu que os debates sejam mais profundos no movimento sindical, afirmando que “nós, negros e negras, que somos a maioria da classe trabalhadora, temos que nos unir e precisamos aprofundar o debate da questão racial no movimento sindical”.

 

O Presidente da UNA LGBT Carioca, Marcelo Max, também diretor do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro apresentou a temática LGBT como um dos desafios a serem vencidos pelo movimento sindical e apresentou a luta de seu sindicato como exemplo da busca por avanços no setor. Segundo Max:

“Nosso Sindicato, aqui na cidade, tem trabalhado na frente da luta da população LGBT e construímos uma clausula na nossa campanha salarial para dar mais visibilidade e atentar para a necessidade da profissionalização e inserção da população LGBT, especialmente a população trans que é carente de políticas públicas por parte dos governos, para incentivar a contratação do segmento. Infelizmente não tivemos sucesso total nessa luta, mas conseguimos a extensão de benefícios para os casais homoafetivos de todos os comerciários do Rio de Janeiro e apenas uma empresa aceitou as isenções que propomos para incentivar a contratação de pessoas trans”.

Fonte: CTB-RJ

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O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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