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Estaleiros nacionais levam apenas 20% do valor das encomendas

Sem EPC fechado, empresas deixam de obter receita de US$ 800 milhões por plataforma contratada. Matéria da página Brasil Energia em entrevista com o presidente Alex Santos.

Os estaleiros brasileiros têm ficado, em média, com apenas 20% do valor total das encomendas de plataformas offshore contratadas no Brasil. Isso porque os contratos firmados pelos estaleiros nacionais não preveem o EPC fechado, contemplando somente a mobilização, construção e desmobilização. A informação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal Rio), Alex Santos.

Assim, de um total de US$ 1 bilhão por FPSO encomendado, a parcela amealhada pelos estaleiros locais tem sido da ordem de US$ 200 milhões.  “Isso não paga os investimentos e empréstimos tomados pelos estaleiros”, assinala o dirigente.

Ele ressalta que, quando a indústria naval brasileira entrou em declínio na década de 90, os estaleiros já estavam amortizados, mas que, hoje, estão “pendurados” no FMM ou no BNDES. “Se essa indústria quebra novamente, leva junto os credores”, adverte Santos.

A preocupação do presidente do Sindimetal é motivada pela falta de previsibilidade de novas contratações, pela perspectiva de que parte das próximas encomendas da Petrobras será feita no exterior e em função de reduções nas exigências de conteúdo local.

Santos cita o caso do FPSO de Tartaruga Verde, cujo índice de nacionalização esperado era de 85%, mas que poderá ficar em 35%. Caso isso se confirme, mais de 2 mil trabalhadores que, hoje, estão na Nuclep poderão perder o emprego. “Se houver essa diminuição na exigência de conteúdo local, sobrarão apenas 15 módulos para a SBM construir no Brasil, e ela poderá fazer isso no [estaleiro] Brasa”, explica.

Por João Montenegro
www.brasilenergia.com.br

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