Pré-sal é fundamental para os empregos da indústria naval
O ressurgimento da indústria naval, a partir de 2002, mais do que uma decisão do governo Lula, foi uma vitória dos trabalhadores que se mobilizaram e lutaram por mais investimentos no setor. Fruto dessa vitória, o setor se reaqueceu e milhares de empregos foram gerados e, com a descoberta do Pré-Sal, o horizonte deveria ser promissor para o setor que é uma das bases da economia de estados como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Deveria.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio), entidade que participou ativamente das lutas pela retomada da indústria naval, enxerga com muita preocupação propostas desse tipo e enxerga uma profunda insensibilidade na parte de quem as faz para com as milhares de famílias que dependem – direta e indiretamente – dos empregos gerados por essa indústria. Não conseguimos acreditar que, no momento em que mais de 1 trilhão de reais podem ser arrecadados para saúde e educação, que existam projetos que defendam medidas que podem colocar em xeque a indústria naval num país com mais de 8 mil km de costa.
Recentemente, o estaleiro EISA, localizado na Ilha do Governador, passou por uma grave crise que quase colocou 3.500 trabalhadores em situação de desemprego. Medidas como o freio na produção do Pré-Sal irão acarretar em diminuição das encomendas nos estaleiros e afetarão diretamente o setor metalúrgico que, assim como na década de 90, voltará a viver dias de crise profunda com arrocho salarial e desemprego.
Não acreditamos que frear a produção do Pré-Sal é o caminho para o Brasil e denunciamos que essa medida irá afetar diretamente os milhares de trabalhadores metalúrgicos do Brasil. Deixar de lado o pré-sal,é deixar de garantir 1,3 trilhão de reais a mais para a educação e saúde nos próximos 35 anos. É um grande retrocesso que colocará em risco os mais de 70 mil postos de emprego gerados por uma das principais indústrias do Brasil.