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Sindicalistas e parlamentares defendem o conteúdo nacional e a indústria naval brasileira

Nesta quinta (30), uma comissão geral na Câmara dos Deputados, em Brasília, debateu as mudanças promovidas pelo governo federal que prejudicaram a política de conteúdo local para petróleo e gás. No plenário, sindicalistas, prefeitos e parlamentares apontaram que a medida agrava a situação de desemprego na indústria naval e em diversos municípios que têm nela sua principal fonte econômica.

A direção do Sindimetal-Rio esteve presente. Para o presidente do Sindicato, Jesus Cardoso, o momento é de união de todos que defendem a indústria naval brasileira para que volte a gerar empregos. Para isso, é necessário destravar os investimentos e que o governo federal mantenha as obras em estaleiros brasileiros.

Os participantes da comissão geral que discute as mudanças promovidas pelo governo federal na política de conteúdo local para exploração de petróleo e gás no Brasil criticaram a decisão de reduzir os percentuais de participação da indústria nacional no setor.

O presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Marcelino da Rocha, fez um apelo às autoridades para que não deem continuidade ao “processo de desindustrialização” nacional.

Vice-presidente do Sindicato Nacional da Construção e Reparação Naval (Sinaval), Fernando Barbosa apontou uma redução de aproximadamente 50 mil vagas nos postos de trabalho no setor em todo o País em decorrência da crise econômica, passando de 82 mil empregados, em 2014, para 33 mil, em fevereiro deste ano.

Barbosa lamentou que investimentos vultosos tenham sido feitos em novas fábricas, a partir de 2004, para que agora o País padeça com “quedas brutais” no emprego. “Foram investidos aproximadamente R$ 25 bilhões, financiados pelo Fundo da Marinha Mercante, sendo que a iniciativa privada colocou mais de R$ 5 bilhões de capital próprio nesses investimentos. Diversos estaleiros foram feitos em vários estados, ao longo da costa”, observou.

O representante da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Artur Araújo, disse que a política de redução de conteúdo nacional poderá custar o emprego de 5 mil engenheiros. “Esse sinal que foi dado pelo governo e pela Petrobras, o que é mais grave, terá um custo para o País de 5 mil engenheiros dos mais capacitados. Isso não significa só 5 mil pessoas, 5 mil famílias. O que se perde violentamente é a capacidade de pensar. Há dispersão de conhecimento, desmonte de equipes, em nome de abrir de forma irresponsável o setor ao mercado externo”, criticou Araújo.

Deputados querem que Temer reveja regra para petróleo e gás no Brasil

Deputados de diferentes partidos vão pedir ao presidente Michel Temer que reveja as mudanças promovidas pelo governo federal na política de conteúdo local para exploração de petróleo e gás no Brasil.

Os parlamentares esperam marcar uma reunião com esse objetivo o mais rapidamente possível e dela deverão participar representantes de frentes parlamentares e de sindicatos.

Para eles, as modificações geram desemprego em estados que vivem da exploração do petróleo e onde a indústria naval de apoio ao setor tem papel importante.

No mês passado, os percentuais de equipamentos e serviços produzidos no País exigidos em licitações do setor foram reduzidos e serão aplicadas na 14ª rodada de licitações de blocos para exploração de petróleo e gás natural, prevista para setembro, e na terceira rodada de leilões de blocos no pré-sal, prevista para novembro.

Conforme a nova política, para exploração em terra, o índice de conteúdo nacional será de 50%. Nos blocos em mar, o mínimo é de 18% na fase de exploração, 25% para a construção de poços e 40% para sistemas de coleta e escoamento. Nas plataformas marítimas, o percentual será de 25%.

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Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

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O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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