“Uma das primeiras ações quando fui contratado foi me filiar ao Sindicato”
O metalúrgico Renato Artur Nascimento foi um dos homenageados pela FitMetal no seu primeiro congresso, que aconteceu nos dias 30 e 31 de maio, em São Paulo. Renato foi por duas vezes diretor do Sindimetal no final da década de 80.
Renato se formou como Técnico de Mecânica na Escola Estadual Visconde de Mauá. Fez estágio no estaleiro Caneco e mais tarde passou para a Standard Eletrônica, em 1982, sendo contratado como Inspetor de qualidade.
“Sou comunista por formação e uma das primeiras ações que fiz quando fui contratado foi me filiar ao Sindicato”, declara orgulho Renato Artur, que conta um pouco mais da sua história como metalúrgico.
“A Standard Eletrônica passou por dificuldades financeiras, atrasou salários. No final de 1984, a empresa entrou em uma crise seriíssima, com atrasos de três meses de salário. Nós começamos uma greve para manter a empresa funcionando. Foi montada uma Comissão de Fábrica que eu ajudei a eleger, mas o representante eleito desistiu de continuar à frente da comissão, então os trabalhadores me indicaram”.
“Na época, nossos interesses colidiram com o do Sindicato, pois entendíamos que eles não representavam nossas propostas. A partir daí defendemos a sindicalização em massa do nosso pessoal para o caso de precisarmos entrar com ação na justiça. Passamos a ser o segundo maior colégio eleitoral da categoria, atrás apenas da GE, com mais de 800 sindicalizados”.
“Quando foi montada a chapa eu já tinha trocado de empresa por problemas de perseguição, por alguns meses, no começo de 1987, mas depois já estava na chapa e não voltei mais. Fomos eleitos tendo à frente o companheiro Washington da Costa (falecido recentemente), como presidente e eu como secretário-geral. Em maio de 1988 fizemos uma greve histórica para a categoria. Foram seis dias de greve, fechamos a Av. Brasil pela primeira vez, com a massa mobilizada”.
Renato Artur Nascimento ainda esteve na direção posterior, agora tendo como presidente Carlos Manoel e ele no Conselho Fiscal. Renato hoje mora no Maranhão, onde é professor, mas guarda consigo os grandes momentos de luta da categoria, um orgulho que levará para sempre em seu coração.
