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Metalúrgicos defendem conteúdo nacional em audiência na Alerj

Desde o início dos anos 2000, a Petrobrás, maior cliente da indústria naval do Brasil, é obrigada a garantir que parte de suas compras viessem de mão-de-obra brasileira, chamada de conteúdo nacional. Uma nova proposta do Governo Federal, no entanto, define uma redução de, em média, 50% da participação nacional nas compras da empresa, que já chegaram a ser 65% compostas por conteúdo local.

Nesta segunda-feira (10/04), as comissões de Trabalho e Economia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) promoveram uma audiência pública no plenário da Casa para discutir os impactos dessas mudanças. O encontro contou com a participação dos sindicatos dos metalúrgicos do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Niterói e Campos.

Durante o encontro, representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de diferentes partes do estado afirmaram que a medida vai desvalorizar a mão de obra local e gerar ainda mais desemprego.

O presidente do Sindimetal-Rio, Jesus Cardoso, defendeu a necessidade da manutenção da política de conteúdo nacional para a indústria naval, a reabertura dos estaleiros e a importância do emprego para os metalúrgicos, “pois é isso que garante a dignidade para os trabalhadores, que vão pode levar o pão de cada dia para suas famílias”. Jesus ainda destacou que o momento é de unir forças para cobrar da Petrobrás e do governo federal a volta dos investimentos no setor naval.

As mudanças definem percentuais que vão de 18% a 50%, dependendo do tipo de atividade e do local de desenvolvimento. Nas plataformas marítimas, por exemplo, a participação do conteúdo local passará de 65% para 25%. As alterações já podem valer para a 14ª rodada de licitações para exploração de petróleo e gás, que acontece em setembro, e para a nova rodada de leilões do pré-sal, em novembro.

Frente ao quadro, o deputado Waldeck Carneiro (PT), que preside a comissão de Economia, declarou que solicitará uma audiência com o Pedro Parente, presidente da Petrobrás. De acordo com o parlamentar, deverão ser discutidos ainda os impactos das medidas nos preços. “Ele tem anunciado que é muito mais caro fazer as embarcações no Brasil. Nós gostaríamos de saber quais são as matrizes de cálculo que ele adota”, explicou.

Também esteve presente no encontro o presidente da comissão de Trabalho, deputado Paulo Ramos (PSol), o assessor econômico da secretaria de Estado da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Ribas, os prefeitos de Angra dos Reis e Tanguá, e o presidente da Fitmetal, Marcelino Rocha, entre outros.

 

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Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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