Em agosto haverá nova eleição para a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). A novidade é a participação de uma chapa concorrente ao atual presidente, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, que está há 18 anos, desde 1995, e poderá completar 21 anos à frente da instituição se for novamente reconduzido.

A Firjan movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano. A oposição critica a falta de transparência e democracia nas contínuas gestões de Gouvêa. Está claro que a indústria brasileira, e em especial a do Rio de Janeiro, sofreu profundas mudanças. Viveu o pesadelo do governo Collor e depois os oito anos de FHC, que aprofundou o modelo neoliberal.

No Rio de Janeiro, entre outras perdas, a indústria da construção naval praticamente fechou as portas, demitindo milhares de trabalhadores. As mudanças vieram com a eleição de Lula, em 2002, reeleito em 2006, tendo a continuidade de Dilma, em 2010. Foi alterada a política nacional, privilegiando a indústria brasileira e, consequentemente, reativando o setor naval, papel que teve relevante atuação dos metalúrgicos do Rio de Janeiro.

Aliás, os metalúrgicos conhecem bem a atuação da Firjan (Grupo-19), pois é com ela que negocia durante a campanha salarial. A intransigência dos que lá estão é imensa. Negam direitos básicos dos trabalhadores. A primeira mudança que deve ocorrer na Firjan é a relação com os trabalhadores, que seja mais franca, aberta e democrática, respeitando as mesas de negociação.

Nos últimos anos, a Firjan tem adotado um ataque aos sindicatos, promovendo reincidentes práticas antissindicais, com demissões aos dirigentes sindicais nas empresas do grupo.

A Firjan tem um importante papel na construção de uma forte indústria fluminense. Mas para isso é preciso mudar antigas posturas, se abrir, trazer novos atores e ser mais participativa.

É necessária uma mudança comportamental no pensamento da Firjan, entendendo o trabalhador como o principal ativo para a construção de uma indústria forte em nosso estado.