Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro estiveram na manhã desta quinta-feira (3) na empresa Lansa Ferro e Aço, em Paracambi, onde um trabalhador morreu no dia 2.

Segundo o coordenador regional do sindicato, Ubirajara Gomes, a entidade não conseguiu entrar no local para apurar as causas do acidente, mas conversando com trabalhadores conseguiram entender como ele aconteceu. "Um motor teria caído da ponte rolante. O motor desprendeu, caiu sobre uma [pessoa], e a outra recebeu uma pancada de alguma parte, algo que se desprendeu", contou Ubirajada.

De acordo com ele, o auxiliar de produção Ranyele Cardoso, de 20 anos, teria sido atingido pelo motor e morreu, enquanto Gledison da Silva Leite, 21 anos, ficou ferido. Ainda segundo o representante do Sindicato dos Metalúrgicos, Gledison já recebeu alta do Hospital Municipal Adalberto da Graça, no bairro Lages, para onde Ranyele também chegou a ser encaminhado. A Funerária São Sebastião informou que o enterro dele está previsto para as 16h desta quinta, no Cemitério Municipal de Paracambi, no Centro.

A empresa teria decretado luto devido à morte e fechado as portas durante o resto da semana. Ubirajara disse o sindicato irá se reunir na manhã de segunda-feira (7) com funcionários da Lansa, mas eles só retornarão ao serviço se houver condições adequadas. "Os trabalhadores estão com medo, e o sindicato teme pelos trabalhadores", afirmou o coordenador regional. "Não tem a mínima estrutura de segurança, foi o que foi relatado pelos trabalhadores".

Ubirajara contou que conseguiu falar com a gestão da empresa na manhã desta quinta, quando foi informado do luto decretado e da liberação dos funcionários. Ainda de acordo com ele, o sindicato busca, desde maio, medidas de segurança adequadas à fábrica. "Não tem segurança, não tem técnico, na empresa não vi uma fita. Lá não tem comissão interna de prevenção de acidentes", enumerou o representante do Sindicato dos Metalúrgicos. Ainda de acordo com a entidade, a Lansa, instalada há cerca de um ano no polo industrial da cidade, conta com aproximadamente 150 trabalhadores.

O G1 tentou ouvir a empresa nesta quinta-feira (3), mas ninguém atendeu as ligações até a publicação desta reportagem. Por telefone, o gerente da fábrica, Sheik Batista, disse na noite de quarta-feira (2) que as causas do acidente estão sendo investigadas. Segundo ele, todos os procedimentos para apuração foram tomados e a família do rapaz está recebendo assistência da empresa. A suspeita, ainda segundo o representante da empresa, era de uma falha em um equipamento novo, que encontra-se dentro do prazo de garantia.

Fonte: G1 Sul do Rio e Costa Verde