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Marcha das 100 Mil Mulheres Negras

*Por Mônica Custódio

A Marcha Nacional das Mulheres Negras é uma atividade que foi idealizada, em Salvador-BA, durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI (Encontro Ibero Americano do Ano dos Afros descendentes) que está marcada para o 13 de Maio de 2015. A data escolhida é muito simbólica para o movimento negro: trata-se do Dia Nacional de Denúncia do Racismo, ano que marca os 320 anos do assassinato de Zumbi dos Palmares.

O objetivo da Marcha é homenagear nossas ancestrais e fazer a defesa da cidadania plena das mulheres negras brasileiras! Somos cerca de 49 milhões espalhadas por todo o Brasil, enfrentando opressões como o racismo e o machismo, que geram profundas vicissitudes sociais como a desigualdade social e econômica, prejudicando nossa vida, rebaixando a nossa auto-estima coletiva e nossa própria sobrevivência.

O fortalecimento da identidade negra tem sido prejudicado ao longo dos séculos pela construção negativa da imagem da pessoa negra, especialmente da mulher negra,  desde a estética (cabelo, corpo, etc.) até ao papel social desenvolvido pelas mulheres negras. As mulheres negras continuam recebendo os menores salários e são as que mais têm dificuldades para entrar no mundo do trabalho e essa realidade tem que ser enfrentada para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária, pautada no respeito às diversidades e na igualdade de direitos e oportunidades.

A construção do papel social das mulheres negras é sempre pensada na perspectiva da dependência, da inferioridade e da subalternização, dificultando que possamos assumir espaços de poder, de gerência e de decisão, quer seja no mercado de trabalho, quer seja no campo da representação política e social e ainda sustentam o grupo familiar desempenhando tarefas informais que as levam a trabalhar em duplas e triplas jornadas de trabalho.

Tendo em vista esse quadro, convidamos todas as mulheres negras para construírem e participarem da Marcha das 100 mil mulheres negras. Vamos exigir do estado brasileiro, bem como de todos os setores da nossa sociedade, o compromisso efetivo com o nosso empoderamento e a promoção da equidade racial e de gênero. Somente através da luta conseguiremos exercer plenamente os nossos direitos como cidadãs brasileiras e construtoras históricas do Brasil.

*Mônica Custódio é Secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da CTB e Diretora do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro.

Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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