Proposta de reajuste salarial no setor naval avança
O Sindimetal-Rio, em negociação com o Sinaval, conseguiu avançar na proposta de reajuste salarial dos metalúrgicos do setor naval. Foi oferecido o aumento de 9,8%. Diante da crise e das dificuldades da economia do país, com empresas fechando e demitindo trabalhadores, esse foi o valor que se conseguiu chegar.
Infelizmente, ao contrário de anos anteriores, quando a economia estava em crescimento, com empresas contratando e o nível de emprego alto, o momento é de estagnação da economia. Muitas empresas passam por dificuldades e com demissão. Os estaleiros Rio Nave e Sermetal continuam fechados. O Enseada passou, recentemente, por uma demissão em massa. O Eisa está neste momento demitindo por conta das dificuldades.
A crise fez ainda com que 111 categorias fechassem acordos até agosto deste ano com redução nominal de salários, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nos números do Ministério do Trabalho e Emprego. Ou seja, por vários estados foram fechados acordos com banco de horas e redução de salário através do Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Em todos os momentos, a direção do Sindimetal rejeitou retirada de direitos e redução salarial. Ao contrário, brigou sempre por um reajuste digno para os trabalhadores.
É importante lembrar que os patrões só chegaram a esse valor pela pressão do Sindicato e dos trabalhadores. A primeira proposta era de 5,72% agora e 3,28% no ano que vem. Depois passou para 6% em outubro e 3,2% para 2016. O valor proposto agora de 9,8% será dividido em 6% agora e 3,8% em março.
Os bancários, por exemplo, fizeram greve de 21 dias e conseguiram reajuste de 10%, mesmo com os bancos tendo lucros milionários nesse e nos últimos anos.
Com essa proposta de 9,8% o Sindicato garante um aumento praticamente igualando a inflação do período (9,9%) para que os trabalhadores não tenham perdas, sem retirada de direitos. Ao mesmo tempo, mantém os estaleiros abertos e empregando a categoria.
