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Sindimetal recebe encontro de igualdade racial da CTB

Aconteceu na última quarta-feira (5),  no Auditório Manuel Luiz, no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio), a etapa estadual do II Encontro Nacional de Igualdade Racial da CTB. A atividade foi organizada pela Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial da CTB e reuniu dezenas de sindicalistas para debater as questões ligadas à luta pela igualdade racial.

A abertura do evento foi feita pela Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial e diretora do Sindimetal-Rio, Mônica Custódio, que explicou toda a dinâmica da atividade e convocou a mesa de abertura que foi composta pelo Presidente do Sindimetal-Rio, Jesus Cardoso; pela Diretora Nacional da UNEGRO, Conceição D’ Lissá, pela Doutora em produção de saber e comunidades tradicionais  Waldelice Souza, pelo representante da OAB Marcelo Dias, e pelo Secretário de Comunicação e Imprensa da CTB-RJ, Paulo Sérgio Farias.

A primeira saudação da atividade foi feita por Jesus Cardoso, presidente do Sindimetal-Rio, que além da questão racial, pontuou a importância da questão de gênero afirmando que “um País que não respeita as mulheres não é digno de respeito”. Jesus afirmou estar feliz que o Sindimetal recebesse o evento e afirmou que “só se avança com respeito à igualdade racial e à igualdade de gênero”.

O Secretário de Comunicação e Imprensa da CTB-RJ, Paulo Sérgio Farias, fez a saudação seguinte com uma avaliação da conjuntura nacional e internacional. Segundo Paulo Sérgio, “a radicalização da luta política na América Latina visa frear os avanços e conquistas dos últimos 10 anos”. O cetebista defendeu a necessidade de se debater com os trabalhadores a situação difícil pela qual passa o Brasil e convocou a militância para tomar as ruas no próximo dia 20 num ato que, segundo o dirigente da CTB, “não é apenas uma resposta ao ato da direita golpista do dia 16, mas sim uma reafirmação da nossa luta por mais democracia, por mais direitos e em defesa da soberania nacional”.

Após as saudações, o dirigente do Sindimetal-Rio, Roberto Fernandes, foi convidado para compor a mesa que faria o debate principal do encontro. O diretor, que comanda a pasta de Igualdade Racial do sindicato afirmou que o Sindimetal-Rio está firme na luta contra a opressão racial.

O primeiro debatedor a expor sua fala foi o representante da Comissão da Verdade  da Escravidão Negra da OAB, Marcelo Dias que fez duras críticas ao governo Pezão pelo fim da superintendência da igualdade racial. Marcelo também pontuou a necessidade de se recontar a história do Brasil, afirmando que “os partidos de esquerda e as centrais sindicais tem que assumir o compromisso com a verdadeira história do trabalho no Brasil. Uma história que começa com os negros e negras escravizados. A história dos trabalhadores começa com a escravização dos africanos que construíram esse País”.

Logo após, a Doutora Waldenice Souza debateu questões ligadas ao acesso à educação e aos conhecimentos das comunidades tradicionais. Numa fala que defendeu os saberes das comunidades indígenas e quilombolas, com duras críticas ao modelo eurocêntrico do saber das universidades, Waldenice disse que “é preciso reconhecer a produção de conhecimento ligado às comunidades tradicionais. Epistemologicamente a nossa universidade é eurocentrada.”

A última represente da mesa de debate a se manifestar foi a dirigente nacional da UNEGRO Conceição D’Lissá. Em uma fala onde criticou bastante a cultura hegemônica e defendeu a liberdade religiosa e cultural do povo negro. Segundo a dirigente da UNEGRO,  “a intolerância religiosa vai fazendo com que a gente perca a nossa identidade”.  Conceição lembrou das tradições ancestrais do povo brasileiro e foi taxativa ao afirmar que “todo preconceito está intimamente ligado à uma questão de poder. E por isso, também é luta de classes”.

Após a exposição dos debatedores, foi aberto um período de intervenções do público presente, seguido das considerações finais da mesa. A Dirigente cetebista Mônica Custódio considerou a atividade bem sucedida e disse que “o objetivo do encontro é demonstrar que a luta contra o racismo é uma luta econômica e classista”.

Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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