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Sindimetal-Rio participa de ato contra o golpe e pelo desenvolvimento

O ato havia sido convocado originalmente para fazer a defesa do emprego e exigir a redução da taxa de juros e isso não foi esquecido. Mas a conjuntura transformou o grande ato desse 8 de dezembro no pontapé inicial da mobilização dos movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos contra o golpe parlamentar de Eduardo Cunha e Aécio Neves.

Milhares de trabalhadores tomaram as ruas do Rio de Janeiro, colorindo a avenida Rio Branco de vermelho bradando a plenos pulmões palavras de origem contra o golpe e pelo afastamento imediato de Eduardo Cunha. Convocados pela Centrais Sindicais de forma unificada e com a presença de diversos movimentos sociais, militantes da CTB, UNE, UBES, AMES, UEE-RJ, UJS, CUT, UGT, UBM, UNEGRO, UNA LGBT, Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio), Sindicato dos Comerciários (SEC-RJ), SINTSAMA, SINFA, e de várias outras entidades e partidos políticos, deram o tom de defesa da democracia à atividade.

O Presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, lembrou os compromissos originais do ato e dos prejuízos que a Operação Lava Jato tem trazido para a economia e para a classe trabalhadora:

“Esse ato é fruto de um entendimento, da qual trabalhadores e empregadores celebraram um manifesto intitulado compromisso pelo desenvolvimento. Isso decorre em contraponto a um quadro de instabilidade política que o País vive e que se agrava a cada instante. Para termos dimensão do tamanho da crise, esse ano vamos ter uma retração próxima a 4% sendo que 2% se deve ao uso político da Operação Lava Jato, que tem prejudicado por demais a retomada do crescimento por conta do engessamento causado pela paralisação de grandes obras da construção, da Petrobrás, e do Pré-Sal.”

O Cetebista não se furtou, no entanto, a fazer a defesa do mandato constitucional da Presidenta Dilma Rousseff:

“Evidentemente que há todo um interesse por parte da classe trabalhadora, diante da compreensão politica de que é necessário retomar a agenda do crescimento. É nesse esforço que ganhamos as ruas. Agora, com um elemento central que é a defesa da democracia. Temos a necessidade de fazer prevalecer o mandato constitucional da Presidenta Dilma, que foi eleita pelo voto democrático e merece o respeito e reconhecimento de toda a sociedade que, com certeza, compreende que esse não é o momento para que seja aberto o processo de impedimento do mandato da presidenta. Sabemos que o movimento liderado pelo Eduardo Cunha depõe contra os interesses da sociedade, representando um conjunto de retrocessos, numa agenda regressiva que propõe absurdos como a terceirização irrefreável e a subtração de direitos sociais e trabalhistas. Tudo isso fortalece ainda mais a necessidade dos trabalhadores tomarem as ruas e defenderem a democracia.” 

O Vice-Presidente da Federação Sindical Mundial, João Batista Lemos, também defendeu a conciliação da luta pela manutenção do mandato da Presidenta Dilma Rousseff com a agenda da retomada do crescimento e salientou os interesses que se encontram envolvidos em toda essa luta política:

“Os trabalhadores começam, hoje, a ocupar o protagonismo político na defesa da democracia, na defesa de Dilma. As elites dominantes, que insistem em não reconhecer o resultado das eleições, através de processos de investigação seletiva da Operação Lava Jato, paralisaram o País. O Rio de Janeiro foi o estado que mais perdeu com essa operação. Vários estaleiros foram fechados. E, é por isso que, hoje, nós associamos a defesa do governo Dilma com a defesa da retomada do crescimento econômico e do emprego. O Eduardo Cunha é um canalha que, além de ser corrupto, tentou chantagear o tempo todo o governo. É uma peça a serviço das elites dominantes que querem desestabilizar o governo Dilma para desestabilizar também a América Latina. O Brasil tem buscado um caminho soberano através da integração latino-americana, da UNASUL, da CELAC e do BRICS. Eles estão atrás disso! Atrás de Eduardo Cunha, as classes dominantes e as forças conservadoras internas e externas agem para tentar interromper a luta por um novo projeto de Nação. Não há como desassociar a luta pelo Fica Dilma com a luta pela retomada do crescimento no nosso País.” 

A diretora do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, Raimunda Leone, defendeu a permanência dos trabalhadores nas ruas para enfrentar a ofensiva golpista promovida pelo consórcio oposicionista liderado por Eduardo Cunha: 

“Esse é um momento muito importante do nosso País em que as mulheres, os jovens e os trabalhadores precisam estar nas ruas em defesa da democracia, da legalidade e do respeito ao voto dos 54 milhões de eleitores que, de forma legítma, elegeram a candidata Dilma Rousseff. Nós não compactuamos com esse golpe e seguiremos nas ruas em defesa da democracia e da retomada do caminho do desenvolvimento.”

O presidente estadual da CTB Rio de Janeiro (CTB-RJ), Ronaldo Leite, defendeu a importância das bandeiras do ato e afirmou que os trabalhadores seguirão nas ruas para derrotar o golpismo:

“O ato de hoje, de unidade das centrais sindicais, tem uma importância muito grande não só na luta pela retomada do crescimento e do compromisso pelo desenvolvimento, mas também, acabou se convertendo em um ato em defesa da democracia contra o golpe. Os trabalhadores não vão permitir qualquer golpe, ou qualquer atentado à democracia e por isso vamos seguir mobilizados nas ruas.” 

O secretario de Relações Internacionais da CTB, Divanilton Pereira, afirmou que o ato faz parte de uma grande movimentação cívica em defesa do Estado Democrático de Direito.

“Esse ato, que ocorre hoje no Rio de Janeiro se integra, na verdade, a uma grande movimentação cívica nacional que envolve trabalhadores, setores do setor produtivo e industrial brasileiro, a intelectualidade e setores do judiciário. O que está em julgamento não é o exercício do mandato de uma presidenta. O que está em jogo é o respeito ao Estado Democrático de Direito, uma conquista histórica onde muitos tombaram em defesa desse estágio. Não podemos admitir que chantagistas e corruptos tentem piorar a situação da economia brasileira, que já é difícil. Por isso nós estamos aqui, nas ruas, e os golpistas não passarão!

 

Fotos: Bruno Bou

Sindimetal-Rio

Sindicato classista e de luta

Fundado em 1º de maio de 1917.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, fundado em 1º de maio de 1917, continua sendo o principal instrumento de luta e de atuação da categoria. Tem uma rica história em prol do Brasil, da democracia e em defesa dos trabalhadores. O Sindicato, consciente do seu papel, segue firme, buscando sempre a valorização do trabalhador e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

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